quinta-feira, 6 de outubro de 2011

 Aquele Deus,
Ali presente nos olhares mortiços
Nos rostos de ostentação
Na hostilidade dos gestos usados,
Qual doutrina interpretativa
Da realidade que paira
Nos dias.

As rugas feitas estradas
De desânimo
Onde ordeiramente se passeavam
Gumes e derrotas
- das esfinges feitas gente -
E o Deus de amor
Sempre presente,
Nos abraços forçados,
No desamor,
Na mutação,
Na responsabilidade caduca
De quem marcha, em marcha fúnebre
Cavando as horas
Junto à hora do sorriso divinal.

Colocam-se as máscaras
E todos riem
Na capela da aparição, veemente
Do burgo:
Informação de fábricas desactivadas
Implementação de projectos
Cicatrizações de propostas e
Altares de contra-propostas,
Traçados defensivos,
Ideias penetrantes,
Um rosário na mão das virgens
Que percorrem com os joelhos ensanguentados
A pele do chão.

Executam a pele do rosto
Na marcha da decepção
Depois transforma-se a crença
Em venerandas adesões e conveniências…
Afinal, aquele Deus, tudo perdoa
Na sua omnipotência!
Os gritos presentes
Em cisternas,
As névoas, esconderijos de verdade,
Os subterrâneos cavados e hipocrisia
Com machados de prata,
A dor, da dor algemada 
Na imperfeição da janela onde se rasga o dia,
A apoteose do templo
Iluminado de cantares e pudor de velas
Que de tão amarelas, derretem em preto,
Interrompidas da função de arder
Até ao tutano da promessa insana.
Chora-se depois, pela protecção
E um Deus intermediário da acção
E do perdão.
Limpa-se o suor e a lágrima
E espera-se a convulsão do tempo,
Nas raízes dos paralelepípedos
Barrados de humilhação.

E as cinzas, foram sonhos queimados
Na grande pira acobreada onde a insónia do sol
Aperfeiçoou a noite!
Meu Deus… até amanhã!

Dalila Moura Baião (a publicar)

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